Escrevo. Escrevo aqui nestas folhas verdes ou em qualquer outro lugar, mas escrevo. Escrevo sempre. Para mim, para os outros. Escrevo o que sinto, o que penso, o que vejo, o que espero ver um dia, o que desejo ver mais vezes, o que não quero ver, nem pensar, nem sentir. Por que é que escrevo tanto? É uma necessidade. É uma vontade, um hábito bom, um gosto. Um gesto que repito vezes sem conta, anos a fio, frases sem fim. Gosto de pôr tudo em palavras para poder ler depois, reler mais tarde, recordar. E junto a necessidade que tenho de escrever tudo à sensação gostosa de reler e recordar tudo isso. Nem sempre são palavras de felicidade. Não são essas as mais importantes para mim. Não tenho palavras favoritas. Todas elas, as que escrevo, são importantes, sejam de tristeza ou de alegria, todas são um pouco de mim, dos meus dias, dos meus sentimentos. Todas me retratam, me descrevem ao pormenor. Ao meu pormenor. Não posso, por isso, preferir umas e rejeitar outras. Isso seria rejeitar-me a ...