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A mostrar mensagens de outubro, 2008

Xubinha :-)

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Hoje fui visitar-te na escola para te dar um beijinho. Lembrei-me dos velhos e bons tempos em que era eu a ir buscar-te ou levar-te ao infantário. Adorava fazer o papel de tia dedicada e presente. Agora, esse tempo parece-me longe demais. E é longe que, de facto, ele está. Agora, não te dedico metade do tempo que dediquei, em tempos. Agora, não sou a tia presente e dedicada que tanto gostava de ser. Hoje fui visitar-te à escola para te dar um beijinho porque é um dia especial. Fazes anos e eu quis ver-te só por um minuto. Um minuto mais curto do que os minutos que costumam ter 60 segundos. Não me pareceram 60 segundos... Foi um pedido especial que fiz ao professor, que te deixou interromper os estudos e sair da sala de aula para eu te ver. Recebeste uma sombrinha de chocolate, uma lembrança simbólica e doce :) e um beijinho meu. "A tia tem uma prenda para ti, lá em casa" Foi assim. Aqui, sentada em frente do ecrã, a escrever-te, penso em ti. Penso na distância e na ausência q

Neura

O vento deixa-me com a neura! Não gosto de vento, não me deixa pensar nem me acalma. Eu compreendo que é uma necessidade natural e que o vento faz parte da natureza. Mas não gosto. É o único elemento que me deixa 'desaustinada', furibunda, chateada, com a neura. Pronto. E hoje é um dia de vento. Puff! Acorda-se de manhã com as portas e as janelas a abanicarem todas. Depois, espreita-se pela janela para ver como nasceu o dia... e eis que... se vê tudo a voar e abanar violentamente. As árvores prestes a largarem as raízes do chão e tornarem-se no maiores pássaros alguma vez vistos no céu azul. As folhas, coitadinhas, dão voltas infinitas, círculos viciosos, espirais intermináveis. Assisto a isto tudo e fico sem vontade de ir passear a Bolota. Mas vou. Fui. Passo a vida a brincar com a malta nova a dizer que sei voar... e, hoje, quase voei. Como é que se pode sair de casa bem disposta quando tudo à nossa volta se mostra em suspensão e a circundar o nosso eixo? A qualquer momento a

A Ti, PAI

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Não nasci Sereia* Nasci com os pés iguais aos teus. E arrisco a dizer que, para além dos pés, também o feitio é igual. Arrisco... com aquele brilho nos olhos que denuncia o orgulho que sinto quando digo (escrevo) isto. Hoje foi o dia do Teu Aniversário. Mais um que a distância física não permite comemorar, mas a proximidade que sempre sinto não me deixa esquecer. Nunca me perdoaria se me esquecesse! Porque na realidade Tu és para mim, Tudo! E neste 'Tudo' cabe o nada, a ausência e o vazio. Cabe cada dia de Sol, cada onda a rebentar de tanto Sal, cada grão de areia que piso. Neste 'Tudo' cabe a pomba branca da Festa do Divino Espírito Santo feita pelas Tuas mãos, cabe o coreto, cabe o saxofone soprano que aprendi a tocar durante anos, cabe a minha bicicleta. Cabe ainda, neste 'Tudo', aquilo que sou e que sinto da cabeça aos pés. Estes pés, que são os Teus. E as mãos. As mãos com que me ensinaste a semear batatas e colher frutos e feijões. A distinguir uma bolota

Estrela

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As estrelas têm todas horas diferentes. Numas é ontem, noutras hoje, noutras ainda é há vinte séculos. Rámon Gómez De La Serna , Greguerías

Em dia de chuva...

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O Saxofone

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Hoje lembro-me do meu saxofone. Está guardado dentro da caixa de veludo bordeux desde Dezembro. Não tiro uma nota desde essa altura. Lembro-me dos últimos ensaios em que estive presente. Foram difíceis de me suportar. Os meus limites físicos estavam a chegar ao cimo de mim e eram cada vez mais evidentes. Não aguentava. Parei. Foi uma decisão difícil. Mas teve de ser. A caminhar a passos largos para fazer um ano sem tocar saxofone, na realidade não sinto saudades de tocar música. É como se sentisse saudades apenas de ter essa capacidade de tocar um instrumento musical, (afinal foram muitos anos) mas não do acto de tocar em si mesmo. Não quer dizer que não volte, não pus de parte a minha participação naquele grupo de pessoas. Mas, para já, a vida não assume essa forma de música que eu toque. Dedico este post a todos os músicos que vierem, sem querer, aqui parar. Os que tocaram hoje ou que, como eu, não tocam há um ano. Os que começaram hoje a aprender as notas musicais e os tempos, os qu
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Pieces don't fit here anymore

Um dia de outono

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Estava uma brisa que já não era agradável... era fresca. Em pele de galinha, ela seguia por caminhos de terra batida e pensava que a terra molhada tinha um cheiro bom. Pedras e folhas, alguns troncos pequenos que encontrava ocasionalmente no chão, deitados a baixo pelo vento da noite anterior. E, de repente, a brisa planou e a folha desceu. Numa dança fantástica, girou sobre si mesma e desenhou no ar fresco um rodopio que parecia ser infinito de alegria. Até poisar, suavemente. Na realidade, não foi uma queda. Foi uma chegada ao destino. Na véspera, ela tinha visto, mais uma vez, aquele pássaro de asas grandes e escuras. Estava atento para caçar um pobre coelho que saísse da toca distraído ou um qualquer animal que se dispusesse a atravessar um erva qualquer ao seu alcance. Pousada num muro alto, quieta, a águia esperava pelo momento certo. Levantou voo e desceu a pique. Não esperei para ver se tinha conseguido uma refeição. Ás vezes, ela ouve o seu chamamento e vê planagens que só pod