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A mostrar mensagens de agosto, 2009

Fim-de-Semana: Vou ali e volto já II

Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma A vida não pára... Enquanto o tempo Acelera e pede pressa Eu me recuso faço hora Vou na valsa A vida é tão rara... Enquanto todo mundo Espera a cura do mal E a loucura finge Que isso tudo é normal Eu finjo ter paciência... O mundo vai girando Cada vez mais veloz A gente espera do mundo E o mundo espera de nós Um pouco mais de paciência... Será que é tempo Que lhe falta prá perceber? Será que temos esse tempo Prá perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara... Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma Eu sei, a vida não pára A vida não pára não... Será que é tempo Que lhe falta prá perceber? Será que temos esse tempo Prá perder? E quem quer saber? A vida é tão rara Tão rara... Mesmo quando tudo pede Um pouco mais de calma Até quando o corpo pede Um pouco mais de alma Eu sei, a vida é tão rara A vida não pára não... A vida não pára!... A v
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o amor é uma noite a que se chega só José Tolentino Mendonça A Noite Abre Meus Olhos

hoje, montanha

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... ...não sei porquê, mas acho que pode estar relacionado com a montanha. Gosto da montanha. Ela vive, respira, transpira e sempre, sempre está lá para podermos subir ou descer por ela. Qualquer dos caminhos que façamos é bonito, porque é o caminho que 'nós' escolhemos fazer. Mesmo o caminho mais dificil é bonito, porque a montanha nos dá prendas na subida, com belas paisagens, com belas palavras, belas vistas, com aquilo a que os nossos olhos passam a chegar, assim ao longe, assim de cima. Não um 'cima' de supermacia ou de superioridade, mas antes um 'cima' de boca aberta e de olhos abertos para o maravilhoso da distância e da horizontalidade e verticalidade que aumentam... nessa subida, nessa montanha e noutra montanha. E na descida a montanha mostra-se diferente. Mostra, quem sabe, a saudade da subida, a saudade da beleza que dela se avista, a saudade dessa lua, dessas setas prateadas, das estrelas que nos sintilam.
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...devo procurá-lo no exterior. E eu sei disso. Mas há dias em nossas vidas em que buscamos desesperadamente qualquer coisa cá dentro, quando é o Sol e o Mar, o momento seguinte que ainda não sabemos, que nos podem iluminar.
Onda e mar, mente e corpo. São tudo o que sinto. São tudo o que sou. Só falta a palavra vibração. Que eu acho que a vibração do mar é diferente da da terra. Não é maior nem menor, não é mais nem menos, mas acho diferente. Talvez por ser Sereia* e ter a mania de viver metade na Água, metada na Terra. Será? Não posso negar, nem esquecer. Não quero mesmo que algum dia passe sem que eu me lembre que sou Sereia* O Mar e a Terra são, portanto, inegavelmente e inequivocamente, meus pais. Meus Pais! Meus Pais! Meus queridos e amorosos cumplices da minha existência. Que mais posso eu querer se tenho água e sal... e tenho terra e verde? Os Meus Pais foram iluminados quando decidiram gerar-me desta forma. E sim, foi uma decisão, não foi o acaso. Eu sei*
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Esta noite danço contigo no 'meu' (A)Mar* Vou evitar ondas altas e vagas fortes, vou ficar na praia que tiver a rebentação mais suave e a espuma mais branca. E vou cantar baixinho e dançar debaixo do mar salgado*

Reconciliação

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Há-de uma grande estrela cair no meu colo... A noite será de vigília, E rezaremos em línguas Entalhadas como harpas. Será noite de reconciliação - Há tanto Deus a derramar-se em nós. Crianças são os nossos corações, anseiam pela paz, doces-cansados. E os nosso lábios desejam beijar-se - Por que hesitas? Não faz meu coração fronteira com o teu? O teu sangue não pára de dar cor às minhas faces. Será noite de reconciliação, Se nos dermos, a morte não virá. Há-de cair uma grande estrela no meu colo. Else Lasker-Schüler Baladas Hebraicas (tradução de João Barrento)

Just Like a Star

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E podes sempre cubrir-me de musgo e de heras. O musgo é o abrigo das rochas, das pedras que nas serra habitam. cobre-lhes as costas nos dias e nas noites em que a humidade das lágrimas do Universo se faz sentir na Terra. As heras, são corações verdes. Às vezes, perdidas sobem os muros à procura dos seus peitos. Outras vezes, crescem em grupos de corações selvagens e quem os encontrar pode ter, para sempre, em sua vida um coração. Como poderás tu magoar-me, se me cobrires de musgo e de heras? Vou fazer o que me dizes. Vou seguir o voo das gaivotas. Sim, elas sabem. Ouço muitas vezes elas conversarem numa língua que não consigo decifrar e que não me atrevo a aprender, só para poder continuar a ouvi-las, só para poder continuar a sonhar à beira-mar*
E, nesse mar, ver-vos-ei passar a todos e a todos vou acenar... Acaso haja quem, por momentos impermanentes, à janela redonda desse navio espreite, à procura de um canto, voz de Sereia* disfarçada de voz de onda, com agudos e sustenidos e bemóis da cor que o céu tiver nesse dia, em pleno alto mar de maresia
Um dia vou acordar e perceber que os Deuses me deram sempre tudo a dobrar, eu é que nunca perbeci*