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A mostrar mensagens de abril, 2009
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Try to leave a light on, when I'm gone 'Light On' David Cook

A um qualquer amor

Apaga a luz. Tira os olhos desse candeeiro que leva a esperança até ti. Esquece qualquer ideia que possa passar pela tua cabeça de que possa existir um ser sequer parecido comigo. Há miseráveis em todo o lado, as esquinas estão cheias, que merecem mais a tua memória do que eu. Sopra essa memória que tens de um ser semelhante a mim com a fúria de um ciclone. Olha à tua volta sem me procurares. Procura antes uma alma igual à tua, a única que te merece. E sabe, nesse momento, que eu não existo, nem nunca posso ter existido. Não julgues que ficas vazio, porque a minha inexistência não te deixará saudade. Antes serás tudo em potência, serás a potencialidade de seres. Vais poder ter, ser, ver, tudo aquilo que antes não tinhas, não eras, nem vias. Porque eu escondia no bolso. Foi assim até o encher desse vazio que sou e que desde sempre lembro ser. Esquece esta vaga existência, não me dês tanta importância. Muda de lugar, foge daqui. Ou fica e ocupa tudo isto que não sou e não tenho, nunca fu

Sou da mesma Terra que Tu... II

- A nossa terra plana - (índios da pampa argentina) Esta é a nossa terra larga onda nada pára, onde tudo passa, e o vento não dorme e o horizonte anda. Esta é a nossa terra que dança. Vivíamos em tendas. Se o tempo mudava, mudávamos as tendas. A vida é que manda. Esta é que é a nossa terra plana. Não é terra estreita, é uma terra larga. Quanto queiram dela, dá-se em abundância. in Poemas Ameríndios, Tradução de Herberto Helder

Mankind Is No Island

Shiiiuuu!!! Assistam em silêncio a esta curta metragem, por favor* Agora que já assistiram, é fácil perceber porque é que esta curta metragem ganhou o TROPFEST, o maior festival de curtas metragens do mundo. Começou há 17 anos em Sydney e no ano passado teve a sua primeira edição em Nova Iorque. O vencedor de 2008 foi este filme que foi totalmente filmado com um telemóvel e com um orçamento reduzidíssimo, no entanto realmente muito bom. Recebi-a por e-mail e não resisti a partilhar. Obrigada Fava Rica, este momento foi muito importante para mim. Podes crer que foi! P.s: esta música, este piano... não me sai da cabeça. Fabuloso!

Verde

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Na verdade, eu sempre soube, o meu coração é verde Aliás, todos os meus corações são verdes Todos

Há anjos assim...

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O ANJO MARINHO O pensamento às vezes torna-se material e tórrido. E às vezes nas imagens da ausência nada é frio. Ou outras associações nascem. Estou sem Ti percorrida por esse fogo. As faces cálidas que ainda ecoam. As faúlhas azuis e a baba do verdadeiro fogo. Expectante e em cinza. Não me reconheces já. Eu transfiro o meu poder para a cinza. É encantatória. Suave e com um cinzento de rolas. Certos dias a poeira brilha. Tu ainda podes aturdir-me. Soprar com lentidão para dentro do mar. Até que eu me deixe afastar. Fiama Hasse Pais Brandão Obra Breve *** Neptuno chamou a si todos os anjos do Mar e disse-lhes: "Há uma única coisa a fazer hoje e sempre." A voz grave e sábia, ao mesmo tempo doce de Mar salgado, os olhos brilhavam e os cavalos marinhos esperavam pela palavra certa, no momento certo em que desatassem a correr pelas ondas fora, levados pelas correntes mais quentes. Correntes sanguíneas de sangue azul, de um sangue real. Não era real de realeza, era real de realida
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RAMO Talvez eu não consiga quanto amo ou amei teu ser dizer, talvez como num mar que tu não vês o meu corpo submerso seja o ramo final que estendo já não sei a quem. Poema de Gastão Cruz A Moeda do Tempo Fotos: Da Sereia*

Se esta rua fosse minha...

Na Rua dos Andorinhos, as Andorinhas passeiam-se. Fazem aqueles voos fabulosos em que quase tocam no chão e quase se sente a força de arrasto do ar nas nossas cabeças. Voam alegres e cruzam-se umas com as outras. Ponho-me a imaginar o que vão dizendo quando passam umas pelas outras... - "a última a chegar à papoila tem de voar a pique em direcção à primeira cabeça humana que aparecer"; - "iiiuuuupppppiiiiii"; - "Vamos jogar à apanhada?" É que as Andorinhas têm uma forma de voar muito particular. São extremamente rápidas, fazem muitas razias, mudam de direcção com uma rapidez fantástica. Tão depressa estão lá em cima, como descem vertiginosamente e velozmente até cá a baixo. Na Rua dos Andorinhos, há muitas Andorinhas e quando se juntam todas na brincadeira é uma alegria ficar a vê-las. Às vezes tento acompanhar o voo de uma ao acaso. É sempre difícil! É sempre engraçado tentar. Elas são muito rápidas. Outras vezes ponho-me a imaginar... se o voar das Andor

Há dias... II

Não ligo patavina à Páscoa, ao seu simbolismo e ao significado que a maioria das pessoas lhe atribui. Aliás, verifiquei este ano uma tendência até no sentido oposto e mais negativo. Dei comigo quase a não gostar da páscoa. Disse para mim mesma: 'Puff!!! Acabou!!! Finalmente acabou a páscoa!'. De todas as coisas destes dias retiro uma meia dúzia e gozo de coração aberto esse momentos. Mas percebo que não dependem da páscoa, nem aconteceram por ela. Isolados fazem-me até sorrir e agradecer ao universo. Se os junto no sentido de 'páscoa' perdem cor, perdem alegria, só não chegam a perder o sentido porque significaram muito para mim. Estive com os meus xubinhos e isso foi maravilhoso :) Estive com os amigos e isso também foi maravilhoso :) temperei uma perna de borrego de uma forma que me deixou orgulhosa :) estive com pessoas da família de que gosto muito, mas que vejo regularmente (nada de novo). Não ligo às amêndoas, nem aos ovos, nem aos doces. NADA! Dizem que a páscoa
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~~ Dá-me ~~ Dá-me algo mais que o silêncio ou doçura Algo que tenhas e não saibas Não quero dádivas raras Dá-me uma pedra. Não fiques imóvel fitando-me como se quisesses dizer que há muitas coisas mudas ocultas no que se diz Dá-me algo lento e fino como uma faca nas costas E se nada tens para dar-me dá-me tudo o que te falta! in Doze Nós Numa Corda

de um certo espírito e de uma certa alma

II. O espírito afirma, e ri-se da inteligência que discute... Ele vive indiferente ao seu vestuário de ideias. Estas, caem e renovam-se, como as folhas das árvores, mas o tronco é sempre o mesmo... Na própria alma, há o quer que é de imutável, para além das nuances que a esfumam em vagas aparências novas. III. A alma fala, exibe-se, adora o mundo; o espírito, silencioso, do íntimo do nosso ser, contempla... Às vezes, com um simples gesto, apaga todas as vozes da alma, que muda então de conversa... E a Vida põe nova máscara. Teixeira de Pascoaes Senhora da Noite. Verbo Escuro
Não há Amor que me chegue, nem Saudade que me deixe

I believe

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É o que se chama: Dar o corpo ao manifesto Há t-shirts bem esgalhadas! Eu cá, visto esta camisola :)

Hoje

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Hoje, se tivesse a coragem maior que a dos cobardes Hoje, se tivesse a certeza de que não me arrependeria nunca Hoje, se soubesse que nada ficaria por fazer, nem por fazer Hoje, se não deixasse ninguém para trás Hoje, se dizer adeus não doesse tanto, como sempre me dói Hoje... teria tido o discernimento de subir ao alto da rocha mais linda desta minha praia e de lá mergulharia no abismo mais escuro, de olhos fechados para não me encandear com a luz do pôr-do-sol que me receberia em jubilo num horizonte bem diferente. Hoje teria sido o dia. Não foi. Ouço o 'Creio' da Ana Moura repetidamente

Lenda encantada, inventada agora mesmo...

A ouvir esta música... *** Num lugar secreto, nem escuro, nem claro, nem muito acima da montanha mais verde e mais alta, nem muito abaixo do coral mais colorido, está guardado o momento, está escondido o segredo, num 'para sempre' que nunca começa, nem nunca acaba... está um búzio e está uma Sereia* Ela espera pelo dia em que, ao nascer ou ao pôr do sol, à hora certa que o Universo decidir, o segredo guardado no búzio vai ser revelado. O feitiço que Neptuno lhe lançou era bonito só de ouvir. Se fecharmos os olhos, podemos ver as cores desse feitiço dentro do nosso coração podemos ouvir o som desse feitiço, quando foi pronunciado para dentro de um búzio encantado. Os acordes do som do Mar embalaram as palavras secretas numa língua que não existe em mais lugar nenhum do mundo. As palavras não foram inventadas, foram escolhidas uma por uma, assim ao acaso de quem sabe o que quer dizer. E soaram a feitiço imaterial quando entraram pela boca do búzio mais lindo e mais côncavo, mais