Mensagens

A mostrar mensagens de dezembro, 2008

E assim passaremos de um dia para outro...

A caminho de 2009... Saúde! Festa eterna na alegoria, no sonho e na manhã seguinte! Fechem os olhos e deliciem-se com a festa de luz e cor que cada um tem em si mesmo! Gargalhadas vindas do útero da alegria que todos trazemos cá dentro! Saltos no infinito de tudo o que não somos, nem nunca seremos. Porque o que somos sempre deixamos de ser a cada momento, a cada passo do Universo. E o Universo não se engana. O tempo passa porque é assim que tem que ser. E assim, passaremos de um dia para outro. E a cada dia supomos que se siga uma nova noite. Não me apetece dizer o costume, não me apetece dizer "feliz ano novo"... blá blá blá... Confesso que gosto muito da festa que se proporciona nesta altura do ano e que pretende comemorar a chegada de um ano novo (muito mais do que do Natal). Mas agrada-me especialmente se o ano novo que vier for ímpar. Quem me acompanha nesta coisa do blog, sabe que tenho aquela coisa dos anos pares. E pronto. Eis que se afigura um belo de um ano ímpar: 2
Imagem
A escrita é a minha primeira morada de silêncio a segunda irrompe do corpo movendo-se por trás das palavras extensas praias vazias onde o mar nunca chegou deserto onde os dedos murmuram o último crime escrever-te continuamente... areia e mais areia construindo no sangue altíssimas paredes de nada era paixão pelos objectos que guardaste esta pele-memória exalando não sei que desastre a língua de limos espalhávamos sementes de cicuta pelo nevoeiro dos sonhos as manhãs chegavam como um gemido estelar e eu perseguia teu rastro de espuma* à beira-mar outros corpos de salsugem atravessam o silêncio desta morada erguida na precária saliva do crepúsculo Al Berto in O Medo * palavra alterada em relação ao texto original. O autor real e verdadeiro do poema escolheu "esperma", eu escolhi "espuma".

É assim o Natal...

Imagem
Amigos e mergulhadores, peixes e algas, ondas e ondinas, sereias e conchinhas deste e doutros mares... Lamento só hoje, e já no fim do dia, deixar a minha mensagem de Natal. Lamento não ter uma mensagem linda para vos deixar, nesta altura. Lamento. Na verdade, eu não sou muito natalícia, não sou muito fã do Natal. Este ano, já fiz a minha parte... já passei horas a fio, minutos perdidos nas filas infinitas das várias casas comerciais para conseguir contribuir para o espírito natalício generalizado. Não é uma tarefa que me deixe feliz e que me encha de orgulho, mas teve que ser. Fui pacientemente ao centro comercial mais próximo e esperei pacientemente pela minha vez, de todas as vezes que levei em frente esse grande empreendimento que é concretizar a compra de uma lembrança para alguém que me enche o coração e que habita a minha vida, seja de que forma for... Pronto. E depois, fui pacientemente entregar as prendas a quem eram dedicadas. E depois, fiz uma refeição com a família, como ma

ups and downs between heaven and hell

Tomorrow is my last day in paradise. Hell is coming, while I run away A noite está linda. Não há lua visível, mas há todas as estrelas a brilhar neste céu azul escuro. Perdi tempo a olhar o céu sem luz. Gosto de vê-lo assim escuro, a deixar realçar as estrelas. Vénus estava lá, entre constelações que adoro e admiro mas não sei identificar. Tudo calmo, tudo belo. Podia ser um bom presságio para o meu dia de amanhã. O chamado "último dia". Os últimos dias são tendencialmente tristes. Este, não vai, provavelmente, fugir à regra. Da última vez que fugi deste sítio de onde devo fugir amanhã escrevi o seguinte: This is my last day in hell. It could be paradise. Por tudo isto e muito mais que ainda me escapa, ainda não estou em condições de desejar um bom natal... Mas, mais dia menos dia... lá chegarei. Prometo*

A cor azul

Imagem
Houve alguém que olhou para mim e viu azul... Pintou-me dessa cor e falou-me dessa cor que trago por fora e por dentro. E explicou o verde que não se vê. O verde em potência, em possibilidade. Sou azul. E sou da terra, não sou do céu. Na altura, eu sabia só com o coração. Mas, agora... Houve alguém que olhou para mim e viu azul* Mergulho no meu Mar azul, antes de adormecer e agradeço-lhe a minha cor. Foi ele que ma deu. Dentro do Mar há uma terra. Foi dessa terra que vim, um dia. É a ela que regresso todas as noites*

Esta noite sonhei III

Imagem
Ao longe parecia uma cor quente. Mas quando ela saiu debaixo de água os olhos demoraram na adaptação da luminosidade e da cor. A cor chegou primeiro aos seus olhos salgados, do que o foco. Mesmo assim, era longe. Quando chegou mais perto, viu... Eram Línguas de Fogo do Santo Espírito da Mãe Natureza que ardiam. Não havia uma foligem no ar, não havia fumo. Era a Mãe Natureza que brotava de si mesma e dela saiam línguas vermelhas, a fervilhar, num ardor de Amor Num Amor que ilumina qualquer par de olhos que o vislubrem, ao longe Se fechar os olhos, ainda vejo a cor e a luz. E as labaredas vermelhas a arder*

Gota a gota

Imagem
As gotas sucedem-se numa fileira dupla de queda amiúde São pálidas, são cristalinas, transparentes São fruto do bater do coração São fruto da razão, também. Por que não? * Caminho a passos largos para a grande mudança. Caminho sem parar, porque a vida não pára e os ciclos são para se cumprirem. Sinto frio e sei que não é só porque a meteorologia assim nos propõe passarmos por estes dias. Sinto frio depois do calor de ontem que me encheu de lágrimas até hoje. Há dias na minha vida em que parece que o dia vai ser só isso. E penso que 'só isso' é muito... e sei que é muito mais do que isso Ontem, foram lágrimas. Hoje, também. Porque estou sem palavras*

Universo em festa*

Imagem
Eram grãos de areia que nunca mais acabavam Eram gotas de água salgada que nunca mais adoçavam Eram estrelas que luziam e nunca mais se apagavam Eram corações que pareciam que nunca mais batiam E, logo ao lado, outros tantos em forma de coração que só amavam, só sentiam Eram braços que só envolviam e confortavam Eram olhos que só brilhavam e, ao longe, pareciam aquelas estrelas que luziam Eram pés assentes na terra quente com as cabeças bem soltas nas nuvens E as almas, essas, estavam vivas entre tudo e todos. Eram almas soltas que nunca mais deixaram de sonhar E o sonho? O sonho. O sonho tinha tantas cores como as do arco-íris vezes sete Eram gotas de água, eram grãos de areia, eram estrelas. Era um praia onde tudo e todos chegavam a cada instante e de lá saíam, em grande algazarra, sem saber para onde ir a seguir. Riam, dançavam, soltavam areia no ar, corriam, cantavam e sentavam-se à conversa com outro qualquer. Era o mar a dizer-lhes que ficassem. Eram as ondas a rebentar pelas cos