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A mostrar mensagens de janeiro, 2009
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... "Das flores aquáticas sai filtrada uma luz ténue. As suas folhas não querem que nos apressemos: São circulares e sem relevo, cheias de conselhos obscuros. Mundos frios agitam-se com os remos. O espírito da escuridão está em nós, está nos peixes. Um ramo submerso ergue uma mão pálida em despedida; As estrelas abrem-se entre lírios. Não ficas cego com a mudez de tais sereias? Esse é o silêncio das almas já perturbadas. Sylvia Plath, Pela Água ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~ Ainda a palavra silêncio no vocabulário escolhido... Ainda sem cantar e sem som... deito palavras ao vento que me sopra de nortada e faz subir altas ondas e traz à areia a espuma branca em abundância. Há dias ouvia o mar falar bem alto, quase a gritar. A voz era grave. Tão grave. Parei de pensar, de sentir, de respirar. Evitei qualquer ruído, por menor que fosse, que saís

Coisas a dizer

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Hoje escrevo para responder a duas pessoas que me são queridas. Por se tratarem de situações parecidas, resolvi juntá-las. Em primeiro lugar, escrevo para o Vergilio. Há um tempo atrás atribuiu-me um prémio. Falámos sobre isso na altura, lembro-me de ter dito que desconhecia que se atribuíam prémios e que a subjectividade dessa atribuição era inevitável. Assim é. Na verdade, o tempo passou e eu nunca fiz a publicação dessa atribuição. Se me envergonho de ser ‘pobre e mal agradecida, ao mesmo tempo, a verdade é que não ligo mesmo a estas coisas… e a coisa foi passando. Vergilio, não leves a mal (eu sei que não levas), não quero de forma alguma menosprezar o prémio que me deste. Por isso, a titulo póstumo… publico hoje. "Com o Prémio Dardos reconhecem-se os valores que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc… que, em suma, demonstram sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre suas letras, entre sua
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A outra pessoa a quem escrevo hoje é a Kakauzinha, que me deixou um convite no seu blog Me, A Name I Call Myself para escrever 6 coisas sobre mim. Convite esse que eu aceitei :) Obrigada Kakau por teres convidado a partilhar As regras são: 1. Pôr o link da pessoa que me convidou; 2. Escrever as regras do meme no blogue; 3. Contar seis coisas aleatórias sobre mim; 4. Indicar mais 6 pessoas e respectivos links; 5. Deixar um comentário a cada uma dessas 6 pessoas. Então… Contagem decrescente… 6. tenho o grande sonho de um dia poder vir a ter a minha casa de madeira. O sonho vai ao ponto de conseguir imaginar como vai ser a porta, a cozinha, a sala, a cor, a decoração, o sofá, o quadro da parede, o alpendre. Imagino a festa que vou fazer para celebrar o acontecimento que será dar as boas-vindas aos amigos. Imagino as velas acesas e o cheiro do incenso, imagino os sorrisos e os copos a bater em tom de brinde e de felicidade. Imagino a Bolota a correr feita doida e a entrar pela porta dentr

Só para ouvir...

Deixo gotas de água da Maria Rita. Mais tarde, deixarei palavras minhas*

Manias antigas repescadas, hoje

Sempre tive a mania de guardar coisas pequeninas e insignificantes que tivessem feito parte de algum dia importante ou de algum acontecimento ou de alguma coisa, fosse o que fosse. Tenho a minha caixa de recordações e hoje fui visitar o meu passado e fazer o que eu não gostava de fazer há uns anos atrás… deitar fora coisas que me levam para o passado. A caixa estava cheia e eu acabo por ter mais coisas para acrescentar. Os anos passaram e eu fui perdendo essa mania. Pelo menos dessa maneira tão consecutiva e tão exaustiva. Já não guardo pedras que apareciam no caminho de um passeio com amigos, nem folhas de árvore, nem caninhas, nem bilhetes de cinema ou de comboio… 1998 foi um ano muito produtivo em arquivos… Fiquei a saber ou a lembrar que: - Já estive nas piscinas municipais de São Jacinto, em Aveiro, e que o bilhete foi 210$00 - Que no casamento de uma amiga, da ementa constava um certo bacalhau surpresa, no segundo dia… antigamente os casamentos tinham 2 dias… já nem me lembrava!

Ainda o Silêncio

O silêncio deixa-me ileso, e que importância tem? Se assim, tu vês em mim alguém melhor que alguém Sei que minto, pois o que sinto não é diferente de ti. Não cedo. Este segredo é frágil e é meu. Eu não sei tanto sobre tanta coisa que às vezes tenho medo de dizer aquelas coisas que fazem chorar Quem te disse coisas tristes não era igual a mim. Sim, eu sei que choro mas eu posso querer diferente para ti. Eu não sei tanto sobre tanta coisa que às vezes tenho medo de dizer aquelas coisas que fazem chorar E não me perguntes nada. Eu não sei dizer.

Evanescente

Evenescence Em português: evanescente Que se esvaece, que se esvai, que se dissipa, efémero * Há efemeridade em tudo o que existe à face da terra, em tudo o que se diz, faz e... em tudo o que se escreve. A escrita tenta, no fundo, contrariar o efémero. Eu própria já escrevi muitas vezes para tentar contrariar a efemeridade, a dissipação de momentos, de palavras, de sentimentos que eu não quero que caiam no esquecimento. E porque a memória não me chega e sempre me falha, trato disso desta forma que me dá muito mais prazer do que daria se a minha memória fosse, de facto, suficiente e eficiente. Na verdade, o que escrevo não deixa de ser efémero. Só demora mais tempo a dissipar-se. Se um dia eu deixar de escrever... é o efémero que começa, é a dissipação que toma conta dos momentos, das palavras, das memórias. Até lá vou tentando eternizar tudo isto, todos estes pedaços de vida, todos estes pedaços de fita partida.

Quando a Luz se apaga

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Quando a luz se apaga os nossos cabelos não esvoaçam ao vento. E eu vejo crescer uma luzinha, vejo uma dor sem fim, loucura a minha! de querer que fique junto a mim.

Nada a dizer

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Um Certo Silêncio há o silêncio porque, agitada, me quedo e o silêncio, esse, nunca é absoluto

Há dias...

Algures no tempo desta semana que passou... Enquanto esperava pela minha vez, numa qualquer estação dos CTT deste país... - A menina desculpe, eu não queria incomodar... mas posso lhe pedir um favor? É que a moça ali do balcão não me facilitou nada, diz que não me pode ajudar... - Não incomoda nada! Diga lá! - Eu queira mandar um dinheiro para a minha filha que está em Évora, mas como não sei ler, nem escrever... não consigo escrever o papel que a menina do balcão me deu... - A sério? A Sra. não a ajudou a preencher isso? (fiquei chocada e com vontade de escrever uma reclamação, assim que chegasse a minha vez de ser atendida) - Não! Disse que eram regras e que não podia... - Então diga lá, que eu escrevo. Preciso de saber a sua morada... - Ó filha... não sei dizer... não tenho... (a sra. era de etnia cigana e eu percebi que ela podia mesmo não ter uma morada) - Então e o seu nome? - Está aqui neste papelinho... veja lá... - E a morada da sua filha, lá em Évora? - Olha filha... é para m
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foto de Fava Rica Outra vez solto a olhar. O paraíso é assim: à semelhança do inferno, mas em tudo diferente. Por exemplo: aqui trocamos os nomes todos, cada dia é uma nova constelação. Do outro lado dos teus olhos, quando o retrovisor espreita por cima dos teus ombros, fica um mundo suspenso, o manso amor, o vento. António Franco Alexandre Quatro Caprichos

Pedra a Pedra

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Pedra a pedra fui colocando todos os momentos uns mais pesados que outros, uns mais redondos que outros. Todas as pedras são diferentes e assim me fui contruindo como se eu fosse um castelo. Os anos foram passando e eu fui crescendo as pedras que eram de mim foram ganhando musgo foram ficando amareladas e escureceram Sem dar por mim enquanto me contruía fui subindo mais alto mais alto e mais alto de tanto subir fiquei cansada de me construir Aí, percebi que era tarde demais tanto me construí que tão alto fiquei agora ninguém me chega (desconheço a autoria)
Day one, day one Step one, step one