O Saxofone




Hoje lembro-me do meu saxofone.
Está guardado dentro da caixa de veludo bordeux desde Dezembro.
Não tiro uma nota desde essa altura.

Lembro-me dos últimos ensaios em que estive presente. Foram difíceis de me suportar. Os meus limites físicos estavam a chegar ao cimo de mim e eram cada vez mais evidentes. Não aguentava. Parei.

Foi uma decisão difícil. Mas teve de ser.
A caminhar a passos largos para fazer um ano sem tocar saxofone, na realidade não sinto saudades de tocar música. É como se sentisse saudades apenas de ter essa capacidade de tocar um instrumento musical, (afinal foram muitos anos) mas não do acto de tocar em si mesmo.

Não quer dizer que não volte, não pus de parte a minha participação naquele grupo de pessoas. Mas, para já, a vida não assume essa forma de música que eu toque.

Dedico este post a todos os músicos que vierem, sem querer, aqui parar.
Os que tocaram hoje ou que, como eu, não tocam há um ano.
Os que começaram hoje a aprender as notas musicais e os tempos, os que já ensinam música desde que eu aprendi.
Os que vão ensaiar na próxima sexta-feira, como é habitual, e os que já não ensaiam mais e já desistiram de deitar cá para fora sons.
E a todos os que gostavam de saber e ainda não sabem tocar, produzir, ouvir, fazer soar qualquer tipo de música.

Mas também aos que ouvem música.

Eu confesso que não vivo sem música nos meus ouvidos.
Tenho a sorte de ter um emprego onde a música toca sem parar.
Tenho a sorte de ter aprendido a tocar um instrumento musical desde muito nova.
Passei por alguns mestres, por algumas direcções, dediquei algumas horas e alguns dias à Instituição musical que eu acolhi no meu coração e que me acolheu.

A minha primeira música contrariou a tendência que se fazia sentir na Banda até à altura em que eu saí para a estante.
Foi a Saudação a Mateus :)
Não foi o Hélico em Paris.

E, por isso, eu fiquei contente, na altura. Porque saí com uma música diferente de toda agente. Por coincidência, eu gostava mais da minha

;)

Depois, há a minha outra paixão: A guitarra.
Mas essa, não sei mesmo tocar.
Terei que aprender.
Até já sei quem me pode ensinar... mas como o tempo não me sobra, antes escasseia...
Vai ficar para outro ano da minha vida.

2008 não é um ano de projectos, não é um ano de concretização.
É um ano de continuum. É um ano onde nada de novo se passa.
Resumindo, é um ano par.
E eu já sei que os meus anos pares... são para cumprir passagem.
Não são os melhores, nem os mais memoráveis.

O Saxofone Soprano que o diga!


*foto retirada ao desenho que ilustra o album "Ultimate" do Santana.

Comentários

Pipinha disse…
Minha Querida e Doce Amiga, já olhaste bem para dentro de ti? És tão lindaaaaaaaaaaaaaaaaaa! Estou com uma lágrima no canto do olho e com uma vontade enorme de voar até ti para te abraçarrrrr!!
Eu conheço o teu saxofone, partilhaste-o comigo numa das minhas visitas ao teu lar.
A música está em ti e apesar de não teres tempo para te dedicares à Banda por falta de tempo, acredito que vais voltar um dia.
E acredito também que, mesmo sendo um ano par, não estás só a cumprir passagem. Tens muito para dar às pessoas e tocas muito no coração dos outros!
Existem pessoas especiais só pelo facto de existirem! TU és uma dessas pessoas!
ADORO-TE!
Abraço muito longoooooooooooooo.
Beijoquinhas.

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