Sem Título III

E se cada um de nós pegasse na alma e a pesasse?
Que peso teríamos nós desalmados?
A carga da consciência, do saber e da ignorância.
E se todos bailássemos ao som do nosso corpo suado de calor humano?
Talvez todos caíssemos redondos no chão, de tanto rodar sobre o mesmo eixo torto.
Uma vida incrédula de chuva a cântaros e crenças na liberdade de se poder ser.
Poder ser-se e poder fazer-se. Fazer-se e desfazer-se.
E se o nosso vizinho do lado soubesse fazer o pino numa parede com um espelho mágico, apontado para o céu?
E se esse espelho fizesse magia, e o vizinho fossemos nós?
Nós, à procura da sua magia guardada no bolso dissimulado das calças do céu.
Este céu que guia e que cria, ao mesmo tempo que inventa e desmente, sob os olhos atentos de deuses de fantoche com os cordelinhos mal presos aos membros.
Fantoches antigos das malas de cartão, que já mal movimentam os tendões.
E se cada um de nós vivesse na alma de uma criança antiga, ansiosa por ver estes fantoches actuar?
Provavelmente, o dia de amanhã estaria com a primeira fila da plateia esgotada até aos balcões.
20.Maio.2000
Sereia*
Faço agora uma reflexão sobre palavras que escrevi...
Estas e outras que ainda aqui não pousaram.
Leio este texto e tento perceber o queria dizer quando o escrevi.
Consigo perceber cada palavra mas acho que qualquer pessoa que o leia não vai perceber. Obviamente que eu tenho obrigação de entender, fui eu que escolhi estas palavras para se juntarem num mesmo momento, num mesmo texto.
Mas acho mesmo que pode parecer muito confuso ler estas coisas que escrevo.
Gosto, principalmente da parte final, os dois últimos parágrafos.
E deixo aqui a partilha de qualquer coisa daquelas que eu aqui escrevo e que Às quais não dou nome.
Como eu já expliquei num post anterior, são coisas que escrevo e que não são nomeáveis, não são dizíveis, não são chamadas pelo nome e, sem nome, ficam etéreas. Não se dizem... não se ouvem... porque não há nome que se lhes dê para se poder nomear.
Comentários
Venho só dizer-te que te adorooooooooooooo!!!
Hoje estou naqueles dias do mês que me deixam de rastos, não consigo estar aqui muito tempo.
Volto amanhã com mais calma.
Obrigada pelo miminho que me deixaste! Estás no meu coração sempre!
Beijinhos e abracinho apertadinhooooo.
Adoro-te minha amiga do coração, pelo ser maravilhoso que és!!
Força para aguentares mais uma semaninha de trabalho!!! As férias estão quase a chegar!! FORÇA!!
Um grande abraço bué apertadinho e muitas beijoquitas nessas bochechinhas kidas e claro está, muitos abanicos coloridos ;)