Sem saber, havia um sorteio. A mim, saiu-me a sorte assim: vinda de uma janela. Pensei: "Não é assim sempre? Não é verdade que a sorte está sempre numa janela?" Eu sempre tive uma janela favorita e nunca lhe limitei o significado apenas à sorte. Porque por ela entra o Sol, a Luz, a Claridade. E, por ela, vejo mais longe, mais azul e mais verde. E vejo a torre. Um dia vou conseguir lá chegar. Vou subir ao alto da torre de névoa e tocar nas nuvens e nas estrelas. Tenho tanta vontade de saber a textura das núvens e das estrelas! Gostava mesmo de pegá-las com as minhas mãos e ficar ali a olhar de perto, a sentir de perto. Um dia, os arcos dos vãos das escadarias vão deixar entrar o sol e mostrar-me-ão esse caminho arredondado que os meus passos vão escolher para fazer a vontade do meu coração Nesse dia, mais do que ser pedra, a pedra vai ser visão. Nesse dia, as rochas talhadas pelas mais belas rebentações vão estar à beira-mar. E esta pedra esculpida, vai mostrar o olho do Unive...