momentos

a altas ondas e largas espumas
de espelhos, mais ou menos finos, de mar
em cada momento escolhido pelo dedo fino do destino
e o som era da maresia, não eram violinos, nem pianos
a voz, essa, nem se ouvia, nem vibrava
o escuro era breu, as cores eram as estrelas que diziam
nem muitas nem poucas, eram só as cores necessárias

no peito, junto ao coração, batia um tambor
com tal força que os olhos se fecharam

Comentários

rmf disse…
*Sereia, que bela fotografia entregas ao teu *Mar... que belo coração entregas em silêncio e ao silêncio de quem aqui entre a espuma e a ausência recolhe o tudo-nada-muito-que-és quando imóvel entoas os teus cantos... os cantos da *Sereia, cânticos dos instantes, o pouco-tudo-nada-muito que serena e recolhe ao quente o muito frio que cobre e gela o profundo imo esquecido entre pulsares de estrelas, derretendo-o suave quando lento retorna à vida...

Um abraço e um rodopio!

Que para o *Mar seja o que se quer oferecer, ainda que muitas das vezes se nos escapem ao vento e pelas espumas deste oceano as rosas do indizível, a forma de se agradecer, o querer-se evadir pelo poema como as mais belas palavras sustidas entre o lápis dos céus e o alvor das neves nas folhas.
Semente disse…
Caro Rui,
obrigada pelo mergulho.
...escrever com o lápis do céu...
que bonito! É o céu que deita a tinta azul e são as estrelas que guiam a minha mão.
Esse pouco-tudo-nada-muito nem sei que parte de mim é que tem, mas será sempre pouco. o equivalente a um instante.
beijinhos*
Lídia Borges disse…
Um momento inesquecível, admiravelmente, descrito.

Um beijo

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